sexta-feira, 12 de agosto de 2011

ESTÁGIO SUPERVISIONADO

INTRODUÇÃO

O ESTÁGIO SUPERVISIONADO vem favorecer o desenvolvimento pleno do aluno universitário. Garantindo-lhe experiência prática, que oportunizem seu aperfeiçoamento intelectual.
Prepara o individuo para interagir na sociedade, dando-lhe amparo cientifico e tecnológico, que lhes permite as possibilidade de vencer as dificuldades do meio.
Contribui com a socialização do educando, promovendo experiências e situações que demandem a valorizem atitudes de responsabilidades e integração social.
Proporciona ao educando a formação necessária ao desenvolvimento de suas potencialidades como elemento de auto-realização, qualificação para o trabalho e preparo para o exercício da Cidadania.
Ele vem também fundamentar a ação educacional imprimida no espírito de liberdade e nos ideais de solidariedade, através da ação positiva e de experiências concretas com as coisas que o cercam, levando o educando a participação na obra do bem comum.
“ Quando se está ensinando, está se ensinando personalidades históricas e socialmente situadas. Trata-se de formar personalidades para a sociedade onde se está e que se quer transformar; está aí presente, pois, a tensão entre a educação como acomodação e a educação como transformação.”
E prossegue: “O ensino é ajuda decisiva para o desenvolvimento do futuro adulto. O aluno se defronta na classe com as exigências da sociedade, aprende as matérias durante um intenso processo e sua personalidade é fortemente impregnada por isso” (id 51, tradução nossa).
No ensino está sempre presente a unidade entre as finalidades sociais da educação e o que ensina.
Essas considerações são essenciais para a investigação dos problemas didáticos enquanto racionalização dos processos de ensino-aprendizagem, e a relação entre o professor como dirigente do processo e a atividade do aluno, para que este desenvolva a sua autonomia. (Pimenta, Selma Garrido. O Estágio na Formação de Professores: Unidade Teoria e Prática? São Paulo: Cortez, 2001)

Esta proposta não é, no entanto, uma obra acabada, pelo contrario, e como tudo, sempre esta em movimento e transformação e através disso que tudo muda, e com a mudança todo processo precisará ser revisto.


DESENVOLVIMENTO


A ESCOLA JOSÉ PEREIRA NEVES JÚNIOR , e uma escola municipal . Tem PROJETO PEDAGOGICO . A Metodologia tem pressupostos teóricos que embasa no Ensino Fundamental: Vigotsky, Piaget e Paulo Freire. Que trabalha com a Metodologia de Projetos.
No desenvolvimento do meu trabalho, interagir com a professora Jaqueline Brito, na sala 301 na parte da manhã e na sala 302 a tarde.
A experiência foi excelente, esse novo conhecer em minha vida acadêmica abriu-me um novo horizonte.
Trabalhar com o método de projeto era novidade para mim.
Tive problema com o primeiro e segundo tema que escolhi para o projeto, o primeiro que era sobre o plástico só poderia ser aplicado em novembro, e o outro a professora Jaqueline já havia aplicado. Fiz um novo PROJETO ARMAÇÃO DOS BÚZIOS, dentro das matérias do conteúdo dela.
Planejei as minha atividades da melhor forma para aplicar . Foi um momento muito bom para mim que estava fora da sala de aula desde 1999, quando passei a exercer o cargo de secretária administrativa da prefeitura da cidade.
Comentei sobre as origens dos habitantes do município, das suas casas, dos turistas e suas casas de praia nas duas turmas.
Indagou-se na Turma 301 sobre Brigite Bardot, sentada na mala e das transformações da cidade com a estadia dela no município. Já a Turma 302 indagou sobre os turistas e suas roupas estampadas e os dólares que ele deixava na cidade.
O interesse da turma foi intenso em todos os momentos, algumas vezes surpreendente na penetração deles como no humor.
Registrando também, que o começo foi tumultuado. Quando entrei na sala alguns dos alunos da turma 301 na parte da manhã e na 302 a tarde, tinham sido meus alunos no Jardim 2, com jeitinho aqui e ali conseguimos organizar a turma.
Os educando mantiveram-se interessados todo tempo, participando com perguntas, clareando suas descobertas.
Verifiquei que a Turma 301 e mais concentrada e alguns alunos ainda não concretizaram a escrita a demonstram interesse de aprender, demoram um pouco para corresponder o estimulo mas conseguem construir o raciocínio. A turma 302 todos interagem na aula, eles trocam idéias um com o outro , colocam suas afirmativa no conteúdo estudado com clareza, quando tem duvida de algo perguntam. Dominam bem a comunicação oral e escrita.
Quando são desafiados a escrever sobre o assunto estudado reclamam muito, mas com um pouco de estimulo logo passam a ter interesse.
As atividades foram aplicadas em conjunto com a professora que interagia fazendo a conclusão.
Todas as duas turmas na parte textual oral ou escrita superam a minha expectativa, mesmo ocorrendo às dificuldades, respeitamos o saber do aluno dentro da sua ação cognitiva. Paulo Freire em seus métodos deixa bem claro que o aluno deve construir o seu conhecimento através da vivencia que já existe nele. Olhando essas duas turmas vi realmente que educar e um ato muito difícil se não respeitarmos o conhecimento já contido no aluno por isso é muito importante que aja uma interação entre o educando e o educador: como diz : “um dos pressupostos do método de Paulo Freire é a idéia de que ninguém educa ninguém e ninguém se educa sozinho. A educação, que deve ser um ato coletivo, solidário __ um ato de amor, dá pra pensar sem susto __ não pode ser imposta. Porque educar é uma tarefa de trocas entre pessoas e, se não pode ser nunca feita por um sujeito isolado (até a auto-educação é um diálogo à distância), não pode ser também o resultado do despejo de quem supõe que possui todo o saber, aquele que, do outro lado, foi obrigado a pensar que não possui nenhum. “ Não há educadores puros”, pensou Paulo Freire. “ Nem educandos”. De um lado e do outro do trabalho em que se ensina-aprende, há sempre educadores-educandos e educandos- educadores. De lado a lado se ensina. De lado a lado se aprende. (Carlos Rodrigues Brandão-O que é Método Paulo Freire – pág 22 - editora brasiliense – 16ª edição – 1990)
Vimos juntos também as vantagens e desvantagens do progresso para a cidade. Um dos alunos alegou que a cidade ficou violenta que os bandidos estão atacando os turistas. Perguntei para ele se ela era sempre violenta; me respondeu que não e que se o prefeito não tomasse conta dela eles também seriam roubados.
Fomos ao campo, e lá observei que em certos momentos alguns alunos brincavam separados e suas brincadeiras eram exageradas batendo um no outro, já uma aluna ficou em outra parte separada, procurei saber o motivo e aproxima-la dos outro, mas não consegui, a professora se aproximou e lhe perguntou o que tinha acontecido, ela falou que Wanderson tinha falado que ela não ia conseguir brincar de carrinho porque ela era gorda. A professora chamou por ele e pediu que ele pedisse desculpa, mesmo com o pedido ela não se aproximou e se as amigas tentava se aproximar ela ia se afastando mais. A professora pediu que ela voltasse, mas não ouve jeito ela não participou das brincadeiras.
Na volta, passamos próximos de uma lagoa onde eles identificaram girinos e peixes, perguntei para eles achavam que ela estava limpa, me responderam que não porque tinha alguns resíduos de lixo na beirada dela. Outro me falou que tinha pessoas que não amava os bichinhos por que se amassem não jogariam lixo na lagoa. Outro interagiu e falou que eles não gostavam era de nada porque o lixo só não mata os peixes como trazia doenças também. Outro me perguntou se eu sabia de quem os girinos eram filhos, respondi que sim, mas queria saber se todos sabiam, num grito só como se tivessem combinado responderam da rã.
Voltei no tempo e lembrei do meu tem de escola onde o ensino era imposto, ficávamos na sala de aula durante quatro horas fazendo uma tarefa atrás da outra onde não se podia conversar um com o outro e nem olhar para trás e nem sair da carteira, para falar com o professor tinha que levantar a mão, não podia expressar os meus conhecimentos nem oral e nem escritos. O professor, um ditador, com uma palmatória que era colocada em ação quando o educando errava a lição. Ele é que decidia a ora que o aluno tinha que fazer suas necessidades. Teve um momento que marcou minha vida escolar foi quando pedi para a professora para ir ao banheiro ela não deixou, comecei chorar quando senti o xixi descer pelas minhas pernas abaixo, naquele momento não sei se chorei de vergonha dos meus amigos de sala ou de medo da professora. Hoje participando desse novo método de ensino vejo que tive foi medo da professora que ao ver o tumulto na sala, ao ouvir os alunos veio e me fez sair da sala toda molhada e ir buscar um pano para enxugar e logo em seguida me colocou do lado de fora da sala para que todos me vissem molhada.
Fiquei feliz em constatar as mudanças da educação onde o aluno tem liberdade de se expressar, de se comunicar e interagir com o outro. Que o professor hoje respeita o educando lhe mostrando que ele tem direito e deveres a ser cumprido, ajudando-os a construir seu conhecimento não com uma palmatória, mas com método de ensino onde o educando interage com o outro cruzando conhecimentos através de pesquisas escritas como de campo, onde o conteúdo não são impostos mas construído dentro da necessidade do educando.
O professor democrático fazendo uma parceria com seus educando ajudando-os a clarear a suas descobertas, tendo consciência que ele esta ali para ajudar a transformar uma educação caótica em uma educação critica fundamentada num conteúdo disciplinar que venha de encontro com as diferentes realidade e necessidade do educando e que seja significativa para ele.
Por isso e muito importante a relação entre educando e educador o trabalho coletivo levando os alunos através do estimulo a descobrir novos conhecimentos para que possam interagir no seu meio local, social e cultural.
As cento e vinte horas que passei com as turmas foram de grande estimulo para mim. Mesmo com as minhas horas cumpridas continuo participando das aulas com eles.
Vi a importância das atividades teóricas onde os alunos puderam interagir entre si e com a professora e comigo. Ali naqueles momentos tive a certeza que o novo método o de projeto, trouxe uma nova realidade para a educação. Transmitido respeito, conhecimento e não medo e sim liberdade de se expressar e de mostrar a sua criatividade e sua opinião sobre o assunto estudado ou sobre o mundo. Ganhei uma nova teoria de vida que vejo expressa nas palavras de pesquisadores transformadores da educação bem clara que hoje faz parte do meu novo método de ensinar.
“Se a teoria não mudar o mundo, só pode contribuir para transforma-lo exatamente como teoria. Ou seja, a condição de possibilidade __ necessária, embora não suficiente ___ para transmitir conscientemente da teoria à prática e, portanto, para que a primeira (a teoria) cumpra uma função prática é que seja propriamente uma atividade teórica __ na qual os integrantes cognoscitivos e teleológicos sejam intimamente, mutuamente considerados (VÁSQUEZ, 1968: 207 ).

METODOLOGIA

A metodologia usada no Relatório Curricular de Estágio Supervisionado foi a do ensino e aprendizagem.
Vem valorizar a participação do educando em projeto de trabalho onde elaborará e desenvolverá um trabalho com responsabilidade para contribuir na formação do individuo. Tornando-o atuante e transformador do seu meio local, social e cultural em que faz parte.
O projeto de trabalho também ajuda o educando através do dialogo a desenvolver a capacitação da argumentação. Apresentando sugestões para os aspectos observados considerando o processo ensino-aprendizagem. Levando-o a caminhar rumo a prática.
“Para isso é preciso entender o papel da prática na condução da pesquisa cientifica em quatro aspectos: a intencionalidade da prática; a sua natureza que é social; a necessidade da ação conjunta; e a sua realização efetiva como trabalho humano”.

A. A prática que se constitui como critério de verdade é sempre intencional, motivada por uma finalidade. Não se trata de finalidades vagas, abstratas, mas da necessidade.

Da inclusão do homem no processo que produz aquilo de que precisa, ao mesmo tempo produzindo a si próprio, pelo acúmulo de conhecimentos que adquire.Para agir, deve ter prefigurado em idéia a situação em que se empenha, o aspecto da realidade que vai interrogar e o valor da confirmação que espera virá à receber.
(Vieira Pinto, 1969: 220).

A intencionalidade confere à prática, enquanto critério de verdade, caráter diferente daquela prática presente empírica e cotidianamente na vida humana, pois as respostas aí, mesmo que diferentes de situação para situação, não ultrapassam os limites dos condicionantes habituais, sendo simples aproveitamento de experiências cujos resultados são conhecidos.
Para adquirir novos conhecimentos é preciso agir conscientemente, de acordo com finalidades, sobre a realidade, prefigurando em idéias os resultados proveitosos esperados.
Mas, por outro lado e por ação recíproca, a prática dá origem a novas finalidades para o ser humano, pois engendra novas idéias, que farão o homem ver, conhecer o mundo de maneira mais extensa, aprofundada e exata. As finalidades existentes a cada momento determinam a prática, que, por sua vez, determina o surgimento de novas finalidades.

B. A prática que se constitui em critério de verdade é a prática social, pois a ciência por sua finalidade, sua construção, seus fins e seus agentes é social.

C. A prática que se constitui em critério de verdade é a pratica coletiva. Referindo-se à pesquisa cientifica, o autor ressalta que esta se torna cada vez mais coletiva, na medida em que a dificuldade dos problemas a abordar é tão complexa, que obriga a reunião de especialistas diversos, não cabendo na competência de um único sábio (o mesmo se pode dizer em relação ao trabalho de ensinar do professor).

D. A prática como critério de verdade social também porque se realiza como trabalho humano, entendido como a ação transformadora da realidade. É o trabalho que originariamente oferece o critério de verdade para a idéia, para o juízo que o pensamento elabora sobre os fenômenos.

O entendimento a que chegamos após a explicação das idéias de Álvaro Vieira Pinto sobre a prática como critério de verdade é que se trata da práxis como critério de verdade. Isto é, da ação transformadora da realidade pelo trabalho (teórico-prático) humano. Vieira Pinto não usa o tempo práxis, mas usa trabalho humano, que a nosso ver, são aqui sinônimos. Vasquez, por sua vez, usou a expressão práticas social como critério de verdade, com a mesma significação de práxis social.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

SELMA GARRIDO PIMENTA, em seu texto abrange o estudo o ensino-aprendizagem, nos mostrando o estudo de pensadores sobre o critério a prática como verdade.
Ela fala das idéias de cada um , mostrando que tanto os pensadores que falavam da prática como verdade ou pensadores da práxis que à tinha como verdade . Podemos chegar a um conclusão que tanto a prática como a práxis tem ação transformadora da realidade.

CARLOS RODRIGUES BRANDÃO, vem no seu livro O QUE É MÉTODO PAULO FREIRE, nos mostrar detalhadamente o método de alfabetização de Paulo Freire, que ultrapassou as fronteiras e fez tanto sucesso a onde foi implantado.
Numa visão em que o método de alfabetização de Paulo Freire se transformou em uma prática pedagógica que leva os educadores caminhar em busca da transformação do individuo e repensar sua história e interagir sobre ela.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Concluindo as etapas do Estágio Curricular Supervisionado.
A elaboração do Relatório em termos quantitativos, o trabalho foi valorizado em 3 pontos, sendo distribuídos de acordo com os seguintes critérios: Produção do relatório; apresentação escrita e das atividades do projeto Armação dos Búzios, na utilização dos recursos e dinâmica explicando as fontes e dificuldades encontradas, constatando a bibliografia e os aparatos teóricos; ter mantido contato com o professor durante a pesquisa; a consistência das informações obtidas de acordo com o tema e suas relações com o conteúdo estudado em sala de aula.
Em termo qualitativo considero os resultados do relatório positivo, uma vez que me dediquei ao produzir da melhor maneira o trabalho, com fotografias, cartazes, trabalhos escritos.
O ensino da história local,permiti ao aluno uma interação com sua realidade local e social. Esse ensino parte do pressuposto de que o aluno tem uma participação ativa na construção do conhecimento.
Espero ter alcançado a meta da universidade. Quanto a minha parte ampliei o meu conhecimento sobre o tema, desenvolvendo um trabalho consciente com dedicação, articulando com o conteúdo visto em sala de aula. Partindo de leituras que me forneceram um embasamento teórico.

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